terça-feira, 17 de maio de 2011

SAN JUAN

Postado em, 03.05.2011

Nasci lá...
Era pequena, quente e desoladora,
Uma rua subia e outra descia,
Apesar de tudo, paz e alegria,
Naquela cidade só a família vivia.

Observando-se a arquitetura,
Casas conjugadas predominavam,
Sem explicação...
Foi assim que a construíram.

Poucas árvores para ampliar o verde,
Um chão de argila vermelha,
Quando chovia era lama, no sol era só poeira,
Um banco de carnaubeira,
Pra bater papo à tardinha,
Sentindo a brisa do Aracati!
E pra tomar uma caninha.

Terra de bicicletas, de um ou dois caminhões,
Pra abastecer a cidade e fazer visitações,
Pois todos que ali viviam, um dia vieram...
De locais mais distantes, eram todos MIGRANTES!

Era meio que uma ilha,
Quando o inverno ocorria,
De um lado um grande rio,
Do outro havia uma lagoa,
Num grande abraço FRIO,
Juntavam-se quando chovia.

A neta do meu avô,
Tomou leite de favor,
Que toda mulher parida,
Tivesse para doar.

A Tal da meninazinha,
Com nenhum leite se deu!
Talvez aquela jumenta,
Tenha feito ela renascer.

Criada cheia de dengos,
Dormia de dia e a noite niente
Obrigando aos passantes,
A descerem à calçada,
Pra não acordar a fada,
Que em sono profundo estava.

Era assim minha cidade,
Da qual saí com um ano,
Nunca mais eu retornei,
Lembro do que me contam,

Pois justo naquele tempo,
Ainda não tinha idade,
Pra dizer da minha cidade,
Nem contar as novidades.

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