DEZEMBRO/2013
ELA CHEGOU MUITO MAIS CALIENTE...
COMO O TEMPO
EMBLEMÁTICO QUE NASCIA
NA PENUMBRA DO FIM DO
ANO QUE MORRIA
EU NEM SEI EXPLICAR
COMO... MAS TUDO EM MIM DOÍA
DE OLHAR
ENTARDESCENTE BRILHAVA INIGMÁTICA
E PARA MIM SORRIA NA
MADRUGADA DA SUA FACE
E FUGIA ESCORREGADIA COM A
SUA BOCA AGONIADA
UMA ANGÚSTIA
ANTECIPADA DE SÚBITA PARTIDA
ERA DIA E NOITE... TUDO
MISTURADO: IRREAL E ABSURDO
ELA OLHOU COM OS
OLHOS SEMICERRADOS
NELE ARDIA UM DESEJO
DESATINADO DE NOITE
AS SUAS MENINAS DORMIRAM
ANTES DAS MINHAS
GESTO SUAVE E MORTO... MAS
TAMBÉM DE ALEGRIA
SOBREVIVEMOS EM UM LUSCOFUSCO
DO TEU VULTO
VINDO AO MEU ENCONTRO
NOSTALGIA E UM CERTO ENCANTO
TEMPO NASCIDO DO
EFÊMERO E ATRACOU EM MEU CAIS
SEM BARCOS... SEM
VELAS... COM RATOS QUE RUÍAM
POVOADO APENAS DE
DESTROÇOS E ASSIM DECOMPONDO
DISTRAÍNDO-SE E SE DESFAZENDO
TRISTE É ESSE CAMINHO
DA DESESPERANÇA
SEM CHEGADA... SEM
MAPA E SEM PARTIDA
MAS DE REPENTE
ACENDERAM-SE ESTRELAS
A LUZ DA LUA BATIA
NAS ONDAS VERDES DO MAR
A MÚSICA QUE ENFIM
SAÍA DA TUA BOCA REFLUÍA
VINDA DOS PORÕES
MELANCÓLICOS E ME FERIAM
RESSOANDO NA PAUTA AMARROTADA
PELO TEMPO
NOTAS GRAVES... AGUDAS
ORA ESTRIDENTES... DOÍAM
E DESPERTAVA UM
MUNDARÉU DE TERNAS LEMBRANÇAS
CONSTRUÍAM SONS...
PERFUMES... IMAGENS E GESTOS
SENTIMENTOS... DESEJOS
ESQUECIDOS REFLORIRAM
ONDE HAVIA UM TRISTE
JARDIM DE ESPERANÇAS MORTAS
ONDE MAIS QUE DE
REPENTE EU VOLTEI A SER CRIANÇA
ELA MIROU A NOITE EXTENSA...
DENSA E INTENSA
QUE RELUZIA UMA
CONSTELAÇÃO DE ASTROS
POVOADA DE FADAS... DUENDES
E PRESSÁGIOS
E MORDIA A ALVORADA
VERMELHA DOS SEUS LÁBIOS
ILIMINANDO SUA FACE
ATEMPORAL QUE RENASCIA
E SE FOI... DEIXANDO
UM DESEJO INFINITO E A MARESIA
QUE COMO ESCOLHA RESOLVI
MANTER ESSA POESIA
PARA SEMPRE ETERNA NO
MEL DOS MEUS OLHOS.
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