JULHO/2012
Assim é... e assim será
Sempre foi assim
Não teria como mudar
O olhar triste da menina
Que só nasceu pra chorar
Vida de desespero
Da menina do Ceará
Nem alma ela mais terá
Para que? prá sofrer mais?
Menina sensível
De alma incrível
A vida lhe negou muito
Desde o princípio....
Mas ela sempre lutou
Desde o início....
Às vezes conseguia
Noutras, escorregava e caia
Adorava os animais
Os grilos, vagalumes e gerinos
Formigas, borboletas e sapos
Tinha até suas próprias plantas
E as chamava pelos nomes
No casarão tinha um beco
Era dos gatos da vizinhança
Que ela recolhia para encher-lhes a pança
Amava ver a chuva....digo ver
Pois nunca tomou um banho nela
Pioravam das mazelas
Às aulas precisava faltar
Habilidades só pra tocar e cantar
Talvez herança do pai seresteiro
Não bordava e nem pintava
Outros dotes ela não tinha
Então dedicou-se a ler
Assim ela passava as férias
E o período letivo...
Por não ter aonde ir
Daí ficou mocinha
E de todos os órgãos
Do seu corpo franzino o que mais sofreu
Sofreu e nunca aprendeu foi o seu coração
Sempre soube gostar mas nunca foi gostada
Dar e cuidar sempre fez parte do seu amar
E agora na fase em que está
Conheceu alguém que lhe ensinou a sonhar
Mas ela sonhou tão alto
Que ninguém pôde alcançar
Pendurou-se em uns balões
Para o vento forte levar
Pra nunca mais recomeçar
E a história termina com todos
Muito felizes para sempre
Com exceção da menina
Que só via livros à sua frente!