Março/2013
Apenas entreabri os olhos e
por uma pequena fresta novidadeira fui me acostumando àquela réstia de sol. Nem
todos os dias eram assim...mas aquele eu intuía que seria diferente dos
demais...
Levantei ainda meio
cambaleante querendo falar com um grupo de amigos...recém adquiridos...como
pães quentes e frescos prontos para serem digeridos e exatamente na medida
exata da minha fome.
Naquele grupo eu sorri
mostrando os trinta e dois e chorei um rio de lágrimas...fui aplaudida e
derrotada...fui amada e descartada. Nem tudo é o que aparenta ser mas os que o
eram continuam a ser e é bom saber...é carinho e amizade que faz até tudo doer.
O fato é que em meio à tanta
brincadeira encontrei fel e doçura...apanhei com palavras mas fui também
acariciada.Mas, a vida se revela a cada passo e foi num desses que eu te
encontrei...um verdadeiro rei...sultão...dono de um harém.
Com todas as palavras de
delícia e a bondade explícita de um anjo tinha em meio a esse encanto as
palavras cortantes de um demônio.
Nada disse sobre si e eu
também nada perguntei e ao ser cativada tornei-me cativa. Pus minha alma nos
versos que a ti sempre dediquei...a admiração cresceu...deliciei-me com teus
contornos...com os sonhos que sonhamos juntos...com tuas palavras de
mel...outras embebidas em caldo de cana...mas fui sentindo teus dúbios
caminhos.
Numa maré de vocábulos
preciosos eu mergulhei e gostei...transavas bem as notas que haviam em tua
poesia...cheias de fantasias que a mim vinham direto da tua alma.
Houve caminhos com vulcões
em erupção...mares revoltos com ondas gigantescas...seguindo essa ebulição
pairou um silêncio sepulcral onde eu ainda tentei ir sem cair... tentei te
acompanhar por aquelas encruzilhadas... quinas e esquinas dantescamente
cruzadas.... ninguém as atravessava.
Só agora percebo o
maquiavelismo no qual em me enredei...e nesse novelo eu teci um mundo de magias
no qual jamais eu viveria.
Hoje eu não sei se
experimentei ou se fui cobaia de um experimento...se fui mais um número dentre
as tuas conquistas que por serem dessa forma preservam o tal casamento falido
que teimas em levar pela vida afora.
Caiu um meteoro em cima da
minha vida esmagando o meu mundo e nunca mais olharei o céu pois não
conversarei mais com a lua e nem com as estrelas pois só os que amam e são
poetas podem fazê-lo.
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