domingo, 17 de março de 2013

AVANÇOS E RETROCESSOS


Março/2013

Apenas entreabri os olhos e por uma pequena fresta novidadeira fui me acostumando àquela réstia de sol. Nem todos os dias eram assim...mas aquele eu intuía que seria diferente dos demais...

Levantei ainda meio cambaleante querendo falar com um grupo de amigos...recém adquiridos...como pães quentes e frescos prontos para serem digeridos e exatamente na medida exata da minha fome.

Naquele grupo eu sorri mostrando os trinta e dois e chorei um rio de lágrimas...fui aplaudida e derrotada...fui amada e descartada. Nem tudo é o que aparenta ser mas os que o eram continuam a ser e é bom saber...é carinho e amizade que faz até tudo doer.

O fato é que em meio à tanta brincadeira encontrei fel e doçura...apanhei com palavras mas fui também acariciada.Mas, a vida se revela a cada passo e foi num desses que eu te encontrei...um verdadeiro rei...sultão...dono de um harém.

Com todas as palavras de delícia e a bondade explícita de um anjo tinha em meio a esse encanto as palavras cortantes de um demônio.

Nada disse sobre si e eu também nada perguntei e ao ser cativada tornei-me cativa. Pus minha alma nos versos que a ti sempre dediquei...a admiração cresceu...deliciei-me com teus contornos...com os sonhos que sonhamos juntos...com tuas palavras de mel...outras embebidas em caldo de cana...mas fui sentindo teus dúbios caminhos.

Numa maré de vocábulos preciosos eu mergulhei e gostei...transavas bem as notas que haviam em tua poesia...cheias de fantasias que a mim vinham direto da tua alma.

Houve caminhos com vulcões em erupção...mares revoltos com ondas gigantescas...seguindo essa ebulição pairou um silêncio sepulcral onde eu ainda tentei ir sem cair... tentei te acompanhar por aquelas encruzilhadas... quinas e esquinas dantescamente cruzadas.... ninguém as atravessava.

Só agora percebo o maquiavelismo no qual em me enredei...e nesse novelo eu teci um mundo de magias no qual jamais eu viveria.

Hoje eu não sei se experimentei ou se fui cobaia de um experimento...se fui mais um número dentre as tuas conquistas que por serem dessa forma preservam o tal casamento falido que teimas em levar pela vida afora.

Caiu um meteoro em cima da minha vida esmagando o meu mundo e nunca mais olharei o céu pois não conversarei mais com a lua e nem com as estrelas pois só os que amam e são poetas podem fazê-lo.

 

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