Março/2013
Hoje eu não consigo falar
Engasgo-me com as lágrimas
Que teimam em não parar
As que engoli em outras vidas
Hoje regurgito, despejo e vomito
O que acumulei e quase me feriram de morte
E hoje eu deixo correr dentro de mim um rio que não para
Uma coletânea de água suja que dispara
Foi um olho-d’água, riacho, córrego e rio
Que agora quer se misturar ao mar
Tentando levar pra longe de mim tristezas
Que não canso e não consigo parar de recordar
Vejo-me atraída por um turbilhão de ondas loucas
Que há tempos se fizeram de moucas
Querendo agora enfim me libertar
Das mágoas agudas que me destruíram a calma
Confronto-me agora com todas e em agonia
Refugio-me em minhas tresloucadas fantasias
Tento não sucumbir e opto pelo mergulho
Num mar imenso e profundo... unguento que me alivia
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