domingo, 17 de março de 2013

DESAFINANDO NA VIDA


Março/2013

Hoje eu não consigo falar

Engasgo-me com as lágrimas

Que teimam em não parar

As que engoli em outras vidas

Hoje regurgito, despejo e vomito

O que acumulei e quase me feriram de morte

E hoje eu deixo correr dentro de mim um rio que não para

Uma coletânea de água suja que dispara

Foi um olho-d’água, riacho, córrego e rio

Que agora quer se misturar ao mar

Tentando levar pra longe de mim tristezas

Que não canso e não consigo parar de recordar

Vejo-me atraída por um turbilhão de ondas loucas

Que há tempos se fizeram de moucas

Querendo agora enfim me libertar

Das mágoas agudas que me destruíram a calma

Confronto-me agora com todas e em agonia

Refugio-me em minhas tresloucadas fantasias

Tento não sucumbir e opto pelo mergulho

Num mar imenso e profundo... unguento que me alivia

 

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