De
repente ela chegou...algo estranho que mexeu comigo...algo nascia em meu
peito...sem jeitono
quase findar daquele ano agonizante quemorria...olhava
para mim enigmática até simpáticamas
eu não sabia...não percebia o que ela queria...era
uma oferenda de entrada e logo escapulia...eu
ficava agoniada...minha alma aperreada com uma angústia
antecipada com se soubesse ao certo o queme
esperava. Foi uma noite surreal se posso chamá-la assim...ela
foi mas voltou logo...antes do que eu esperava...na
verdade nem esperava....mas ela voltou.Olhou-me
e vi nesse olhar uma imensidão de vida...”a
minha”...sim, era minha...e nesse pacote uma
porção de coisas que eu precisava me livrar...algumas
só com ela a indicar...eu via! De mãos
delgadas e gestos suaves o vulto veio vindo ao meu
encontro...Vi nostalgia no efêmero...passos de dança
de folia...trechos de um tempo morto que partia...eu
era um povoado de escombros...se desmanchando...me
desconstruindo...tudo se decompondo...desesperança...melancolia...arrependimentos por vários motivos...nostalgia...num segundo acenderam-se
as estrelas e o luar pra clarear meu lugar
e que fazia brilhar as verdes ondas do meu mar...Ela
então falou...mas era música que brotava dos
seus lábios...suave...composta de ecos que feriam a
minha memória...notas agudas e graves de dissonantes
acompanhadas....Esse mundo que eclodia diante
dos meus olhos, era só meu... eram sons...perfumes...imagens...que
iam e outras que chegavam...gostos
e sentimentos...desejos esquecidos...muitos
lamentos...desabrochava o velho jardim
das esperanças mortas...após esse emergir de turbilhões...surgia
a alvorada com lábios de carmim e iluminava
a fase atemporal que acontecia...a cada dia o
frescor de vidas tão sem nexo...ao longe eu via...alguém
que eu não conhecia...seria depois meu guia...um
poeta que antes disso tudo... eu nunca pensaria...que chegaria em minha vida
tal qual posseiro e nunca sairia... pois o amaria como a ninguém
no mundo...Sem sequer se despedir...sumiu om
chegara...deixando-me um desejo infinito de escrever...sem
eu saber...eu emprenhei ao som de sua
voz...que foi e me deixou para parir à sós...não fosse
o poeta que eu vi...mas na hora não entendi...tudo
que eu acumulei durante essa jornada...preparou-me
para essa caminhada de braços
dados com as palavras...infinitas palavras....que
só a partir daí...tratei de conhecê-as
pois delas muito precisava para a missão posta em minha
vida... ela...A POESIA...tudo deixou diante dos meus chorosos olhos.
-Fortaleza-
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