SETEMBRO/2012
Apressemo-nos
O tempo já nos marca os corpos
E nem erguemos com solidez esse amor
Nem fincamos as estacas do caramanchão
Do nosso sonhado jardim...
O que fizemos afinal?
Precisamos de uma casa na serra
Onde haja muita terra...por causa das nossas flores
As primeiras são as que os teus olhos plantaram nos meus
Que são os nossos maiores bens e grandes amores
Precisamos de uma varanda para armarmos a nossa rede
Onde possamos balançar as nossas lembranças
Construir nossas esperanças e de uma janela sem cortinas
Precisamos ver o verde....precisamos de sabiás...precisamos de colibris
De um canarinho amarelinho a cantar e eu ouvindo o teu falar
E lá dentro... você sentado à mesa da cozinha ...vendo-me o café passar
Apressemo-nos
Para que nenhum aflição suba à essa serra...
Precisamos de paz e cheiro de lavanda...
Que estejam sempre disponíveis as nossas mãos de carícias
E os nossos corpos... sempre se dando um ao outro
Num doce e suave se navegar... precisamos sonhar
E que os nossos livros namorem sossegados
Naquela estante ao lado...naquele canto da sala
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