quarta-feira, 5 de outubro de 2011

CAPÍTULO III – A CHUVA

AVENTURA DAS TRÊS
Era noite
Já um pouco tarde... São Paulo não para e nem nós, pois resolvemos lanchar próximo ao hotel, belíssima ideia!
Quando desci, Andréia olhou e disse: cearense é chique mes...toda arrumadinha e nós, duas mineiras de sandália de dedo. Ah! disse Andréia, a cor da sua sandália, combina com a roupa da Hortência, turquesa... pena que o tamanho não seja o mesmo...coisas de garotas!
No Ceará, dizemos: vamos até a padaria “cantando amor febril”! quer dizer, caminhando... Era padaria, lanchonete e tudo! Sabe, não é? Em São Paulo tudo é grande... sem brincadeira, é grande mesmo...e seguimos...Chegamos àquela enormidade para fazermos o lanche da gula! Aquele em que só se pede calorias e nada mais... Tudo bem calórico combina com Andréia Sorriso que é bem magrinha, cujos olhos brilham e falam por ela. Já Hortência fala, mas fala muito, não pelos olhos... pela boca mesmo, matando qualquer um de rir. A redatora aqui observa e grava para poder escrever depois... é que eu falo também um bocado, “coisas de Mara”.
Após a reforçada merenda noturna (termo cearense para lanche), abrimos a porta para voltarmos... NÃAAOO...para nossa surpresa, não grata, o que havia lá fora não nos agradou nem um pouquinho! Pensem numa chuvarada Paulistana, só pode ser com pingo tamanho lata d’água. Meu Jesus foi nessa hora que me lembrei da minha terra e chamei-o de Genésio... Como vamos voltar? Era tarde, sem táxi... bom, o remédio é tomar banho disse eu. Não podemos evitar, então vamos logo.
A elegante Hortência pôs o casaquinho sobre a cabeça, preservando o penteado para o dia seguinte. Eu pensei, quem está na chuva tem que se molhar e fim.
Tomei um grande banho de chuva e lembrei-me da celeuma provocada por meu amigo Totonho Laprovítera, quando em sua página do FACE publicou: “Tá bonito pra chover... Vou tomar um banho de chuva”... Quero explicar o “BONITO” ! no Sul e Sudeste tempo feio é quando vai chover... como a falta de chuva é um problema em nossa região, quando fica bem nublado, quase chovendo, é bonito já que a água é uma benção. Os comentários na página do Totonho duraram uns três dias, pois todos queriam relembrar seus banhos de chuva quando crianças vaiaram quem morava em apartamento e não tinha uma bica para o tal banho de chuva... e euzinha, com duas mineiras, em uma noite em São Paulo tomamos um banho que valeu por todos os anteriores...
Andréia, levinha e rápida, lépida e fagueira, andava ligeirinho rumo ao hotel. Em algum momento ela parou e eu passei, sentindo sua mão deslizando em minhas costas, mas não atinei o que seria...pois ela tirou uma barata da minha blusa e das grandes, pois barata em São Paulo é GRANDE! Eu parei na chuva ouvindo a explicação e rindo muito falei: ainda bem amiga que deste conta dela sozinha, pois dividir esse medo comigo não teria sido uma boa ideia...
Antes, porém, correndo para atravessar uma avenida, Hortência gritava e pulava... Oh! Deus, minha sandália ficou no meio da rua... Mara, Mara, pega a minha sandália...Eu respondi: nem morta Hortência, vem carro demais...reze aí para nenhum passar por cima dela...depois irei buscá-la! Não sei o santo convocado para salvar a sandália da amiga... o fato é que fui pegá-la e inteirinha estava.
Chegamos ao hotel! À porta, vocês imaginem três passarinhas molhadinhas totalmente, até os ossos... estávamos exatamente assim. Entrar num Hotel bem chique, pingando feito a música, foi demais... ah! uma câmera naquela hora... Ah! um leitinho quente se eu estivesse em casa. Cada qual para o seu quarto e só nos vimos pela manhã.
 
                                     PRIMEIRA GARGALHADA DO DIA!

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