domingo, 16 de outubro de 2011

O POEMAR

Em,16.10.11
O verso era triste
No princípio
ele era truncado
meio atrapalhado
Vazio ou triste
Nada dizia...
Tudo calava
Faltavam os nomes
Os nomes das coisas
Que rimassem, que falassem
Que dissessem...
Eu chamava, tudo “coisas”
Pois não me vinha à cabeça
A palavra exata
A palavra certa
Que se fizesse sentir
Que a sua presença agisse
Algo estava pra lá de errado
Naquele meu poemar
Ao verso faltava emoção,
Paixão, sensação, dicção...
Lia, mas não sentia
Lia, mas não me via
Se o poeta não se via
Algo de errado havia
Quem sabe até no reverso
Do meu ver...
um dia ele pudesse ser
Pois no mundo tudo é fácil
Difícil é falar e a fala
é quem dar o sentido, o rumo
A sutileza, o prumo
Se notar que a fala está vazia
É melhor então não falar
Se ela não cria , não desafia
Nada anuncia, nem fantasia
É melhor calar do que falar
Compreender que ao sabor
das letras está o poeta entregue
Não conseguindo conciliar
O pensar e o falar
Isso é comum ...
Se tal fato acontecer
Recolha-se o poeta
Sei, não é fácil...
Mas bem que precisa entender
Que em alguns dias a poesia
Pode FALHAR...
No caso, amanhã continuar


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