terça-feira, 31 de maio de 2011

PERIPÉCIAS

Em, 31.05.2011
Eu já morei num lugar,
Não tinha nada por lá,
Casa aqui, casa acolá,
Agora ia ser meu lar.

No dia em que mudamos,
Foi dia de correria,
O casarão era imenso,
E as crianças não conheciam.

Tudo era muito grande,
Salas, quartos, copa, cozinha,
Tudo, tudo muito grande,
Só a menina, pequena...

Tinha um banheiro gigante,
Com uma linda banheira,
Já foram logo dizendo,
Isso aqui é proibido...

Criança que não é curiosa,
Não é tão criança assim,
Eu entrei, fechei a porta,
Não sabia sair, em que confusão me meti...

A família toda lá fora,
Tentando me ensinar a manejar o tal trinco,
Rode assim, rode assado e por mais que eu fizesse,
Sempre dava tudo errado,
Lá presa, eu gritando e também chorando,
Quebraram o vidro e acabou a confusão.

De outra feita eu estava, lá no jardim da frente,
Passou então uma mulher com uma caixinha na cabeça!
Era todinha colorida de papel de seda,
Gritava pra minha mãe dizendo que queria aqueles pirolitinhos.

O melhor deixei por último...
É que lá tinha uma igreja,
No dia da Padroeira, havia uma procissão...
Vestiam as meninas de anjo, e não era fácil não,
Eu era o anjo reclamão!
As asas me apertavam,
O vestido me espinhava,
A purpurina da coroa,
Foi toda para o meu olho.

Perguntei pra minha mãe,
Se para eu ir para o céu,
Teria que me vestir de anjo?
Antes que ela respondesse,
Eu já dizia aviso logo, não quero,
Não quero ir pro céu não.


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