quarta-feira, 25 de abril de 2012

A SAGA DA FLOR


Em, 25.04.12

Sou hoje uma flor fenecendo

Não regada... cheia de espinhos

Canteiro cheio de ervas daninha

Foi-se a maciez das minhas pétalas

Não sinto mais o deslizar das gotas de orvalho

Estou tórrida a morrer sob o sol inclemente

Bem que eu poderia ser líquida... problema resolvido

Mas... ninguém faz ou é o que quer a qualquer hora

Sinto-me despida, pois não tenho folhas...

Que me socorram da nudez da alma... essa é a pior e não se acalma...

Essa a expõe a todos os do bem e os dos mal... não é normal

Tenho hoje motivos pra chorar... minha alma sentida está

Não se brinca assim com um amor que se aplica pra melhor servir

Hoje mesmo sou a apagada sombra do que fui...

Uma bichinha torta em busca de luz....em direção ao sol

Há uma tentativa de sobrevivência das minhas raízes ao se aprofundar... buscando água...para que de vez eu não sufoque....sem adubo...sem amor ... sem nada! Largada!

Assim nessa jornada... me vejo dobrada...esmagada... enrugada e triste...

Desejando o fim dos maus momentos...um alento

Uma mão querida a arrancar-me do inferno pelas raízes

Para me replantar em um vaso e me cuidar...

Deixar-me novamente aquela flor viçosa e perfumada... dengosa, sestrosa...a rainha daquele jardim!

Com todas as cores da sua caixa de giz de cera

Deixando-me bem branquinha e me tirando da poeira




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