sábado, 16 de julho de 2011

ESPELHO MEU

Em, 17.07.11.
Olhei o espelho e vi,
O que eu não queria enxergar...
E muito menos assim,
Claro e tão explícito.
Afastando o narcisismo,
Vi apenas uma flor...
Assim meio morta
despetalada e torta,
que eu nunca pensei ser!
Mas que estranho, pensei!
Há bem pouco tempo atrás,
Vivia um amor tresloucado,
Transformou-me um bocado,
Deixei de pensar em mim!
Não sei explicar direito.
É um emaranhado...
É teia que se fez esteio,
É sombra que irradia luz,
É o amargo que se tornou doce,
Cobrindo-me de carinhos
Alegria, ternura e mel...
Não sei bem qual foi a hora,
em que eu provei do fel!
Sorvi a loucura do amor,
Provei da secura, amargura e dor!
Puxa-me para si, acho que ainda vou,
Não apaguei esse amor ,
ele é muito tentador,
É carícia, malícia, despudor,
É controvérsia, mas ainda é amor,
Ele não é ilusão!
Existe e não se afasta,
Se tento fugir me acha,
Atrai-me, me acolhe,
Enrosca-me, agasalha-me,
Conforta-me!
Como pode ser assim, espelho meu?
Mas ele tem um mistério,
Espelho nenhum revela,
Está em nossas cabeças,
Grudou e não quer sair,
Ele me chama para si,
Aninha-me feito rainha,
Mostra-me o que faz,
Diz-me o que é que sente,
Exponhe-se inteiro e derrama,
Por sobre a sua rosa,
Todas as mais puras lágrimas,
Que jamais eu pensei ver,
Meu amor, meu bem querer,
Por cima de mim verter.
Eu, a rosa já murcha...
Contraio-me e transformo,
O que estava feio em bonito,
Exalo gostosa fragrância,
Porque meu amor criança,
Nunca se esquece de mim!
E se entristece, sim...
Tanto ou mais do que eu.
Como faço espelho meu?
Se esse amor se estabeleceu,
E veio para ficar...
Ele só não percebeu!

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