sexta-feira, 29 de julho de 2011

UMA CENA

Em,29.07.11
É incrível que ele não apareça
Para compor essa cena
tão pequena
Que deveria está completa:
Uma poetisa
Uma lareira
Um fogo ardendo
Um vinho
Duas taças a brilhar
Sobre a mesinha
No chão, nada que chame a atenção
Ao lado da cama
Vestígios de um carinho
De alguns dias talvez
Ela teve a impressão
De que a qualquer momento
Ia irromper pela porta
Seu amor trazendo-lhe um beijo
Compartilharia o resto daquela lenha
Que ainda queima fraca porém viva
Para que a poetisa
então não se reprima
E exploda em verso
Aquilo que lhe oprime
Só que a chama
agora se apagou
Todo o universo
Preparado se desfez
E numa prece ainda prematura
A poetisa jura
Não amará outra vez

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