segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O DIZER DO POETA

Em,01.08.11
Não são poucas as vezes,
que não cabem em nossos
versos,
o que temos a dizer!
Ao falarmos de flor e fruta
as limitações nos barram!
Com explicar um sabor
ou o perfume de uma flor?
Tem coisas tão abstratas
que seu nome vira “coisa”
Intraduzível será
o que na coisa é coisa!
Nossa língua é rica, prolixa
e geralmente apresenta conceitos
para uma infinidade de nomes...
Mas, como descrever o gosto da fruta
Se não a comermos...
O perfume da flor
Se não aspirarmos seu perfume?
Apenas e tão somente,
no corpo é que assumimos,
o que na boca e nariz,
viram festa de papilas,
e terminais olfativos.
Partimos para o desafio,
o da nossa própria língua!
Nessa empreitada
estamos sozinhos,
pois tentamos nos poemas,
dizer o indizível,
o intraduzível!
Nos permitimos ousar,
Subverter a ordem
da linguagem...
para tentar ser fiel
à pura realidade,
que aprendemos
no exercício de cada dia!
Quando partimos
para descrever o amor,
a subjetividade impera,
estamos atrelados
ao que vivemos!
Muitas vezes exageramos,
Carregamos nas tintas,
o colorido de um beijo.
Temos dentro de nós,
algo que nos obriga,
a desvertirmo-nos,
a despirmo-nos,
a mostrarmo-nos...
no exercício do poemar...
Entretanto, deixamos nas entrelinhas,
palavras que não ousamos,
ou impronunciáveis naquele instante!
O dizer de cada um,
De poetas e poetisas,
É o que nos faz,
Compreendidos ou não,
Lidos e amados,
Aceitos ou não...
Depois partimos...
Poetas e poetizas que deram
Brilho e leveza à vida!
Todos nós,
 achando que poderíamos,
ter pensado muito mais,
tê-las escrito e dito
Finalmente sempre pensamos,
Faltou algo ou muita coisa!

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